sexta-feira, 19 de junho de 2009

As Primeiras Vozes


"Não era a música dos Ainur... Parecia vir de dentro de mim!
Definitivamente, Eä não era mais o que outrora fora... O Mundo mudou para sempre, está marcado em fogo. Eu não vejo os Valar nem os Maiar. Eu perdi todas as Eras enquanto corria para dentro de mim somente. Por quanto tempo dormi?... Esqueci que não há ninguém para responder... Não, não voltarei a dormir. Até lá as cortinas do mundo terão se rasgado e tudo o que se atava aos fios de sua meada voará como o pó das raízes de Laurelin e Telperion.
Esqueci-me de mim mesmo...
Mas por que ainda ouço o eterno lamento?
Por que ainda sinto que as sombras caem?
Não... Não posso ficar imaculado e vê-los morrer... Posso ainda ser uma criança tola, mas ainda sim estou de volta a Era que me coube. Apesar dos pulmões cançados e puídos, das pernas um pouco presas em suas articulações, eu ainda sinto que posso levantar-me de meu leito e correr para além deste estranho lugar. Sintam... Eu aindo tenho o cheiro dos antigos e altivos carvalhos, meus pés ainda apalpam o chão num silêncio felino assim como Galadriel ensinara-me.
Que coisa... Essa abóbada de freixos, salgueiros e teixos não me deixa ver o sol...
Me respondam... Ele ainda brilha? Quando me fui ele era um recém nascido arrogante e prepotente. Queixava-se do novo posto sem brisa e raízes... Eternamente quente...E a Lua?... Recordo-a como garbosa mulher, silenciosa, misteriosa, mas ainda assim amiga. Mas não pretendo falar do que ficou, embora a cúpula verde misture-se as minhas profundas retinas... Isso não me importa agora. Preciso do que se passou, do que se perdeu. Eu me agarraria agora as palavras que flutuam perdidas, mas o "perdido" perderia seu sentido, se é que é possível. Sim, a hora do crepúsculo já vem e eu preciso me retirar daqui... Tenho medo do Nada e do Escuro, por isso me agarro aos fios de Lua.

Não deve ser muito longe..."

Ellen Silla Lúmen Omentielvo!
Sim...Posso dizer que voltei, mas sem promessas^^
Meu ano se passou numa profusão poética tão violenta que pareceu-me que a vida tinha se esvaído, e o que restara agora era um uma total observância do passado. Há momentos em que se cança da nostalgia mas há momentos em que ela é essencial para a existência. Infelizmente "se lembrar não é celebrar...". Nada foi como eu queria, mas ainda assim estou vivo e sinto-me vindo de uma antiga Era, onde tudo era fácil e perfeito... Nada se perdia, nem mesmo os raios de sol. Mas é isso que vim fazer... Resgatá-los!
Espero que possam deleitar-se com meus escritos e posteriormente dividirei uma idéia com vocês... Muito obrigado!
Namärie!