Sabe, há meses
muitas pessoas vêm me falando o que estão achando de mim, de minhas novas ações
e novo jeito de ser. Agradeço muito por serem tão completos na hora de expor o
que pensam sobre mim, mas infelizmente lamento desapontá-los, pois não concordo
com absolutamente nada do que disseram. Nada mesmo. Nem de longe.
Vou tentar
explicar, mas, sinceramente, não creio que entenderão porque acho que estamos
em momentos diferentes. Mas o fato é que ninguém nunca morreu por tentar, então
lá vamos nós.
Já que é pra
polemizar, então seguiremos sob a óptica religiosa. Tá, até eu acho absurdamente
engraçado o fato de eu ter frequentado uma Igreja Evangélica por algum tempo
(por favor, não levem a mal. Só me é bastante engraçado porque enfim, não tem
NADA HAVER comigo). E enfim, muitos tripudiaram acerca disso e, assim como as
pessoas fecharam a cara, os “irmãos” de dentro da Igreja não se importaram nem
um pouco em encher a minha cabeça de nós. Como podem notar: a confusão é geral!
E pairavam (e
pairam) perguntas de todas as sortes: “Você não é mais bruxo?”, “Você não era
evangélico?”, “Você não nasceu em berço católico?”. Bom, com relação a essas
perguntas eu pergunto, também: “Vocês já cresceram e analisaram as várias faces
da vida? Pararam para pensar que as pessoas tem capacidade de pensar por si
só?”.
Detesto o modo
como as pessoas me julgam como se eu fosse um ser humano totalmente diferente
do que eu sou. Eu sinceramente gostaria que não me confundissem com outra
pessoa, dessas que se entregam aos rumores, que se acham superiores por
apresentarem esboço de entendimento de algo muito complexo e que é levado
adiante com descaso e cegueira.
Não gosto de
levantar bandeiras ou defender a bruxaria, o catolicismo, o protestantismo ou
qualquer que seja a religiosidade ou filosofia como se fosse uma causa. Defendo
causas, mas não essa. Por quê? Porque sei que cada tem o seu momento e basta
paciência para que outros cheguem ao nosso caminho (ou nós cheguemos aos
caminhos deles). Não esperem isso de mim, não vou levantar bandeira nenhuma a
este respeito. Deixe isto para os altos sacerdotes do nono clã de não sei das
quantas e associações especialistas em levantar bandeiras. Eles fazem isso
muito bem (e geralmente, é só isso que fazem mesmo).
Outra coisa
que falam é de como eu era no passado, quando tudo começou. Ah, meus queridos,
conhecer o Saymon do passado? Só viajando no tempo! Vocês também não são os
mesmos e se forem, é porque estão fazendo alguma coisa errada. Parem com essa
paranoia de religião, Igreja Católica, Evangélica ou Wicca com relação a mim. Não concordo em
nada do que diz que iniciações coloquem você em uma religião. Religião é uma
criação dos homens e já matou mais gente do que doença. Suas escolhas não tem nada
haver com religião, é um assunto entre você e a divindade.
E alguns ainda
me dizem: “Você não pensava assim antes!”. Bom, respondo com reciprocidade as
suas exclamações: Não, eu não pensava assim antes. Na verdade, pensava mais
como vocês.
Dá o que pensar,
não?
Espero que
tenham tirado algumas das suas dúvidas e espero também que não fiquem tristes
por eu não ter dito o que gostariam de ouvir. Um conselho: vivam suas vidas e
seus caminhos. Mas vivam do seu jeito, não do meu, pois cada tem um caminho e é
legal viver num mundo em que cada um tem liberdade de escolha.
Por favor,
apenas tenham cuidado com regras, dogmas e leis que instituições e religiões
impõem como coisas divinas. A maioria é coisa bem humana. E tenham cuidado com
um vício que eu tenho notado em muita gente: A certeza. Sempre que alguém assume
que está irremediavelmente certo, há algo que sempre se encarrega de mostrar-lhe
que estava errado. Em nenhum momento, em toda essa confusão, em todo esse
pandemônio, ninguém deu margem para me perguntar o porquê de certas posturas.
Julgaram e condenaram. Simples assim. Certamente porque supõem saber mais do
que eu. Talvez saibam, mas com esse orgulho todo lhes falta visão. Antes de
fincar o pé, experimentem os sapatos dos outros, olhem tudo de outra perspectiva.
É um grande exercício que ensina a empatia e a humildade, virtudes sem as quais
a sabedoria é uma meta inalcançável. Assim como toda decisão, religião sem
sabedoria é uma queda muito feia.
E deixo um
recado claro para aqueles que realmente sentem a minha falta:
Para matar
essa saudade é só abrirem os olhos e enfim, se livrar dessa cegueira na qual
vocês se confinaram.
Ao som de "Serpents", Sharon Van Etten.
Ao som de "Serpents", Sharon Van Etten.
3 pessoas se inspiraram:
Uma coisa que eu aprendi assistindo o filme do Shrek : não se deve julgar as pessoas antes de conhecê-las. Que bom que isso não lhe tem ferido, e que tens discernimento suficiente para lidar com essa situação da melhor forma possível.
Um grande abraço, e te vejo nos Facebooks da vida, enquanto não for possível pessoalmente (:
Quem sente realmente saudade corre atrás, te procura, dá um jeito. São em momentos assim que a gnt percebe quem fica de verdade, quem se importa de verdade. Por mais difícil que seja, é a vida né? que post mais "joga na cara" kk :)
A muito tempo "chutei o pau da barraca" quando o assunto é religião. Conversamos sobre isso quando veio me visitar, e devo ressaltar que, admiro muito o jeito com que encara essa questão.
Saudades de vc menino Saymon! ;)
Ps. não esqueci da sua carta, só não tive tempo de parar e escrevê-la com a calma e a concentração que ela merece, e não vou escrever qualquer coisa, de qualquer jeito. ok? rs
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