quarta-feira, 2 de maio de 2012

A fim de que os rumores se calem

Sabe, há meses muitas pessoas vêm me falando o que estão achando de mim, de minhas novas ações e novo jeito de ser. Agradeço muito por serem tão completos na hora de expor o que pensam sobre mim, mas infelizmente lamento desapontá-los, pois não concordo com absolutamente nada do que disseram. Nada mesmo. Nem de longe.
Vou tentar explicar, mas, sinceramente, não creio que entenderão porque acho que estamos em momentos diferentes. Mas o fato é que ninguém nunca morreu por tentar, então lá vamos nós.
Já que é pra polemizar, então seguiremos sob a óptica religiosa. Tá, até eu acho absurdamente engraçado o fato de eu ter frequentado uma Igreja Evangélica por algum tempo (por favor, não levem a mal. Só me é bastante engraçado porque enfim, não tem NADA HAVER comigo). E enfim, muitos tripudiaram acerca disso e, assim como as pessoas fecharam a cara, os “irmãos” de dentro da Igreja não se importaram nem um pouco em encher a minha cabeça de nós. Como podem notar: a confusão é geral!
E pairavam (e pairam) perguntas de todas as sortes: “Você não é mais bruxo?”, “Você não era evangélico?”, “Você não nasceu em berço católico?”. Bom, com relação a essas perguntas eu pergunto, também: “Vocês já cresceram e analisaram as várias faces da vida? Pararam para pensar que as pessoas tem capacidade de pensar por si só?”.
Detesto o modo como as pessoas me julgam como se eu fosse um ser humano totalmente diferente do que eu sou. Eu sinceramente gostaria que não me confundissem com outra pessoa, dessas que se entregam aos rumores, que se acham superiores por apresentarem esboço de entendimento de algo muito complexo e que é levado adiante com descaso e cegueira.
Não gosto de levantar bandeiras ou defender a bruxaria, o catolicismo, o protestantismo ou qualquer que seja a religiosidade ou filosofia como se fosse uma causa. Defendo causas, mas não essa. Por quê? Porque sei que cada tem o seu momento e basta paciência para que outros cheguem ao nosso caminho (ou nós cheguemos aos caminhos deles). Não esperem isso de mim, não vou levantar bandeira nenhuma a este respeito. Deixe isto para os altos sacerdotes do nono clã de não sei das quantas e associações especialistas em levantar bandeiras. Eles fazem isso muito bem (e geralmente, é só isso que fazem mesmo).
Outra coisa que falam é de como eu era no passado, quando tudo começou. Ah, meus queridos, conhecer o Saymon do passado? Só viajando no tempo! Vocês também não são os mesmos e se forem, é porque estão fazendo alguma coisa errada. Parem com essa paranoia de religião, Igreja Católica, Evangélica ou Wicca com relação a mim. Não concordo em nada do que diz que iniciações coloquem você em uma religião. Religião é uma criação dos homens e já matou mais gente do que doença. Suas escolhas não tem nada haver com religião, é um assunto entre você e a divindade.
E alguns ainda me dizem: “Você não pensava assim antes!”. Bom, respondo com reciprocidade as suas exclamações: Não, eu não pensava assim antes. Na verdade, pensava mais como vocês.
Dá o que pensar, não?
Espero que tenham tirado algumas das suas dúvidas e espero também que não fiquem tristes por eu não ter dito o que gostariam de ouvir. Um conselho: vivam suas vidas e seus caminhos. Mas vivam do seu jeito, não do meu, pois cada tem um caminho e é legal viver num mundo em que cada um tem liberdade de escolha.
Por favor, apenas tenham cuidado com regras, dogmas e leis que instituições e religiões impõem como coisas divinas. A maioria é coisa bem humana. E tenham cuidado com um vício que eu tenho notado em muita gente: A certeza. Sempre que alguém assume que está irremediavelmente certo, há algo que sempre se encarrega de mostrar-lhe que estava errado. Em nenhum momento, em toda essa confusão, em todo esse pandemônio, ninguém deu margem para me perguntar o porquê de certas posturas. Julgaram e condenaram. Simples assim. Certamente porque supõem saber mais do que eu. Talvez saibam, mas com esse orgulho todo lhes falta visão. Antes de fincar o pé, experimentem os sapatos dos outros, olhem tudo de outra perspectiva. É um grande exercício que ensina a empatia e a humildade, virtudes sem as quais a sabedoria é uma meta inalcançável. Assim como toda decisão, religião sem sabedoria é uma queda muito feia.
E deixo um recado claro para aqueles que realmente sentem a minha falta:
Para matar essa saudade é só abrirem os olhos e enfim, se livrar dessa cegueira na qual vocês se confinaram.


Ao som de "Serpents", Sharon Van Etten.

3 pessoas se inspiraram:

Anônimo disse...

Uma coisa que eu aprendi assistindo o filme do Shrek : não se deve julgar as pessoas antes de conhecê-las. Que bom que isso não lhe tem ferido, e que tens discernimento suficiente para lidar com essa situação da melhor forma possível.
Um grande abraço, e te vejo nos Facebooks da vida, enquanto não for possível pessoalmente (:

Bárbara Elisa disse...

Quem sente realmente saudade corre atrás, te procura, dá um jeito. São em momentos assim que a gnt percebe quem fica de verdade, quem se importa de verdade. Por mais difícil que seja, é a vida né? que post mais "joga na cara" kk :)

Babi Paixão disse...

A muito tempo "chutei o pau da barraca" quando o assunto é religião. Conversamos sobre isso quando veio me visitar, e devo ressaltar que, admiro muito o jeito com que encara essa questão.

Saudades de vc menino Saymon! ;)

Ps. não esqueci da sua carta, só não tive tempo de parar e escrevê-la com a calma e a concentração que ela merece, e não vou escrever qualquer coisa, de qualquer jeito. ok? rs