Logo acima,
depois de dois lances de escada, o jovem peculiar transitava entre os cômodos
ainda vazios que assoviavam ao serem varridos pelo vento nervoso e invernal que
se esgueirava pelas frestas da velha casa. Abriu cada porta e olhou atentamente
para não ser pego de surpresa por mais um dos “esconde-esconde” inoportunos de
Sophie. Oito foram as vezes que Emilie e Konstantine ouviram Christopher
procurando a garota no andar de cima, mas repentinamente a procura parecia ter
parado. Só faltava mais uma porta que ficou por último justamente por ser a
mais óbvia de todas, sendo o seu quarto improvisado.
Nada por lá,
também. Tudo parecia estar na mesma improvisação das noites anteriores; nada
mudara com seus livros velhos e empilhados, com o colchão puído no meio do
quarto e as pétalas da rosa que agora jaziam secas e amarrotadas no chão de
linóleo, totalmente inúteis na função de dar mais romance ao lugar. Não fosse
pelo pequeno papel dobrado preso nas reentrâncias do velho alcochoado,
Christopher teria dado a volta e descido as escadas bastante contrariado e,
óbvio, sem explicação alguma para o sumiço de Sophie.
Aproximou-se,
pôs seus óculos, e segurando o papel em suas mãos um pouco trêmulas leu com
atenção as poucas palavras que pareciam ter sido escritas com pressa. Leu uma,
duas, três vezes para fixar bem na memória. Leu mais uma vez, prometendo que
seria a última, mas dessa vez em voz alta. E disse meio teatralmente e um tanto
irônico, até:
Consegui, mas sentirei muito a sua falta.
- Parece que
posso ouvi-la falar isso. É exatamente o jeito dela de mandar recados. – disse
Konstantine encostada na porta com olhar meio perdido e os braços e pés
cruzados como sempre fazia quando queria parecer séria, mas não tanto.
Christopher
sobressaltou-se, não percebera a amiga ali até então. Emilie estava logo atrás,
um pouco séria demais, mas ao mesmo tempo serena como sempre demonstrava.
- Eu não
entendo o porquê dela ter ido embora novamente. Tudo parecia estar bem! E ela
ficou tão pouco tempo... Sophie sabe que eu nunca aprovei essa vida nômade dela
e...
- Sophie nunca
gostou de pertencer a lugar nenhum, Christopher. – interrompeu Emilie. – Talvez
por você ela ficasse mais tempo, mas o fato de estarmos aqui novamente, a
afastou.
Ele as olhou
de repente, um pouco confuso. Analisou bem a expressão de ambas e constatou que
no ar não pairava nenhuma piada contida ou mesmo um gracejo para que o clima um
pouco denso fosse quebrado.
- Eu não
entendi. – sentenciou ele de forma bastante incisiva.
Konstantine
meneou a cabeça, analisou o pequeno bilhete, olhou para Emilie esperando uma
espécie de explicação e então tentou tranquilizar os ânimos:
- Tudo bem,
Christopher. Há coisas aqui que eu estou entendendo muito menos que você, mas
estou tentando manter a calma e não chutar ou morder algo.
- Eu voto na
possibilidade de darmos uma volta, sabe? Sem destino, pelo menos por agora,
pois precisamos entender muitas coisas. E não me refiro somente a você e a mim,
Konstantine. Falo isso mais pelo Christopher. – disse Emilie entortando o
cantinho da boca, como sempre fazia ao tentar resolver algo.
Os longos
cílios de Christopher estavam serrados, e era como se dois riscos tivessem sido
desenhados com nanquim em demasia no rosto dele. Estavam arquejados para baixo,
denotando preocupação. E quando ele respirou fundo para formular uma nova
pergunta, Konstantine adiantou-se, segurou-o pelos ombros e disse, na tentativa
de tranquilizá-lo:
- Está tudo
bem, Christopher. Nós todos só precisamos entender muitas coisas e achamos que
fora daqui será mais leve. Vá tomar um banho, enquanto isso eu vou preparando
um chocolate quente pra gente.
Mais uma vez
ele as analisou por um breve momento e então sorriu levemente, coçando o nariz
como sempre fazia ao aceitar uma resposta por consideração, mas não por
aceitação.
Só após
Christopher olhar todos os cômodos da casa para se certificar de que Sophie
realmente não estava mais lá é que todos puderam sair. Ele levou o bilhete
consigo e guardou-o no bolso de sua jaqueta com delicadeza, de forma que ele
não amassasse. Konstantine não conseguia
disfarçar sua inquietação e a todo instante dava pequenas cotoveladas em
Emilie, desequilibrando-a um pouco. Ela não respondia nada, apenas dizia
“espere mais um pouco” com veemência, pois estava receosa com a possibilidade
de Christopher perceber os sussurros de ambas. Mas definitivamente ele estava
bastante afetado pelo sumiço repentino de Sophie. Várias perguntas pairavam ali
e em breve, de uma forma ou de outra, elas precisariam ser respondidas.
Lá fora a
chuva tinha amainado e tudo ainda permanecia poeticamente úmido. A tarde já principiava e o resto do dia seria
cinzento e agradável, como se fosse uma homenagem aos três amigos. De repente
perceberam que estavam com bastante fome e que o chocolate quente tinha servido
apenas para deixá-los ainda mais famintos. Enquanto esperavam um táxi na
calçada, eles começavam a dar menos espaço para as preocupações eminentes e
voltavam às brincadeiras e cutucões que sempre fizeram parte de suas
provocações corriqueiras. Velhos bordões voltavam à vida, questionamentos
relacionados as experiências e as amizades do tempo de ensino médio,
peculiaridades que definitivamente eram totalmente deles. E quando enfim o
carro se aproximou da calçada, Konstantine estendeu as mãos para o céu cinzento
e disse, em tom suplicantemente teatral:
- Ah, que
saudade do nosso Olds...
Abruptamente
Emilie deu um forte pisão no pé da moça de excêntricos cabelos violetas e repicados.
Com ar incrédulo e quase choroso Konstantine olhou para a sua amiga e disse,
quase gritando:
- Por que é
que você fez isso, sua índia?
- Presta
atenção no que você fala! – disse ela entre dentes, simulando um sorriso maroto
que cobrisse seu repentino simulacro.
Christopher
riu espirituosamente e entrou no táxi. Aliviadas, ambas entraram também, um
pouco mais tranquilas por ele não ter feito novas perguntas. Talvez ele também
não quisesse dispersar o tom alegre que tinha aparecido nos últimos minutos.
Quando se
sentaram num lugar que dava uma ótima visão da rua ladeada por frondosos
jacarandás, sentiram que enfim várias coisas se encaixariam em seu devido lugar
e que algo realmente grande estava prestes a acontecer. Em uníssono pediram uma
generosa jarra de chá mate gelado e com limão, preferido pelos três desde que
se lembravam. Em seguida almoçaram silenciosamente, comentando algo aqui ou
ali, mas poupando as energias para coisas que nem eles mesmos tinham certeza.
Terminado o almoço e a sobremesa, os três começaram a pontuar fatos das últimas
semanas, meses e até mesmo anos, dado o longo afastamento que agora fazia parte
de suas vidas. Discutiram o rumo que seus sentimentos tinham tomado, algumas
preferências realmente estavam diferentes e outras permaneciam tão fieis a
personalidade de seu veiculador que era totalmente viável que partisse do mesmo.
Falaram sobre a possível vida de Emilie na promotoria, ou na pretensa vida de
medievalista de Christopher ou mesmo na de advogada geral da união que agora
perfilava Konstantine. Era quase incrível falar em termos acadêmicos ou coisas
do gênero, era quase um evento aleatório, como se não se encaixasse como
deveria. Explicaram muita coisa, riram dos bastidores de tudo e de como algumas
coisas que antes eram tão sérias, se tornaram tão bobas.
Depois de
muito falarem, os três pagaram a conta e passaram a caminhar
descompromissadamente.
- Já
voltaremos pra casa? – indagou Christopher.
- Não, ainda
não. Nós queremos te levar a um lugar. – disse Emilie convictamente.
- Quase me
esqueço disso... – completou Konstantine.
- Eu acho que
a gente chega lá a pé sem problema algum. Não é tão longe daqui e na volta
pegamos um táxi.
Continuaram a
caminhada e assim continuaram também muitas conversas, compartilharam muitas
coisas. Mas, à medida que o caminho avançava era impossível não perceber a
introspecção a que involuntariamente os três se entregaram. Nesse instante,
direcionando sua atenção para a rua, Christopher percebeu que o vozerio de
comerciantes, passantes e lojas tinha se afastado, ficado para trás. As casas
começaram a rarear e agora as quadras avançavam em um longo tapete de grama
verde que se estendia horizontalmente e que cessava num lugar grandioso,
fortemente murado e pintado de branco simples, no meio da paisagem. Sua miopia não
o permitia diferenciar formas a distância, mas sabia que aquele era um lugar
calmo e reservado. Emilie segurou sua mão, e Konstantine se encostou a ele, de
modo que andavam praticamente em marcha. Repentinamente as duas moças pararam.
Christopher
agora diferenciava um portão negro e metálico que separava o muro branco em
dois blocos distintos, mas não conseguia ler o que estava na placa logo acima.
Percebeu que sentia mais frio agora e abotoou sua jaqueta até o último botão.
- O que é ali,
meninas? – Finalmente perguntou.
- Você vai
conosco, Konstantine? – indagou Emilie.
- Me
desculpem, mas é que eu prefiro esperar aqui fora. Qualquer coisa me liguem,
mas é que eu realmente não quero ir agora.
- Sabe com o
que realmente eu estou impressionado? – Christopher construiu uma retórica em
tom sarcástico. – É com a minha passividade diante de toda essa situação.
- Não é hora
agora, Christopher. Por favor, entenda-nos. Você também vai entender. – disse
Konstantine em tom sério.
- É disso que
estou falando. Desde cedo tenho me encontrado entre retóricas, frases
entrecortadas, sussurros. Acho que eu tenho direito de saber do que quer que
seja, não é verdade? – apelou Christopher.
- Vem comigo,
Christopher. Por favor. – sentenciou Emilie.
Meio
contrariado, o rapaz acompanhou a moça de longos cabelos negros. A estrada
agora se estreitava e era ladrilhada por seixos rosados e esbranquiçados.
Seguiram em silêncio até enfim chegarem próximos ao portão. Não precisou muito
para que Christopher percebesse onde eles estavam. Olhou e viu um terreno
grande, repleto de placas rentes à grama metodicamente aparada, algumas
pontilhadas por pequenas e delicadas flores, seres alados e marmóreos que
pareciam querer ir além-muros. Constatou enfim que eram lápides e anjos de
mármore. Seu coração pareceu congelar e ele levantou os olhos apenas para
constatar onde estavam. A placa era decorada por faixas metálicas ricamente
arquitetadas, entrelaçadas por flores delicadas e pequenas adorinhas, seu
verniz reluzia um pouco sob a luz acinzentada que vinha do céu logo acima, balançava
preguiçosamente na brisa que soprava, produzindo um som choroso e
fantasmagórico. “Totalmente apropriado”, pensou ele. O rapaz leu mentalmente,
mexendo os lábios silenciosamente: “Cemitério Thurston Moore”.
- É isso. –
disse Emilie quase num sussurro.
- Ainda não
entendo muitas coisas. – As mãos do rapaz tremiam.
- Eu vou te
pedir que não fale nada até chegarmos onde temos de chegar, Christopher, por
favor.
Ele concordou
um pouco receoso, mas continuou a acompanhar a amiga. Adentraram o portão alto
e pesado, desejaram “boa tarde” para algumas pessoas que passavam. Continuaram
a caminhar, sempre em frente. A quantidade de lápides era consideravelmente
grande, mas Christopher percebeu que a maioria das pessoas que jaziam ali não
tinham se ido recentemente. Um sentimento estranho tomou conta dele, algo que
ele não sabia diferenciar ou mesmo explicitar. Emilie seguia dois passos à
frente, atenta, e olhava algumas anotações feitas em sua mão morena. E de
repente os passos cessaram. De alguma forma Christopher hesitou em olhar para
baixo, pois tinha medo de ler a lápide logo adiante. Algo em seu coração
gritava, implorava para que ele corresse dali e sumisse novamente sem deixar
vestígios. Emilie se afastou e apenas disse:
- Eu sei que
não vai ser fácil.
Christopher
respirou fundo, seu peito tremia por conta das palpitações que o seu coração
dava. Ajeitou os óculos em seu rosto e ajoelhou-se, de modo que pudesse ler sem
erros. Mas foi então que seus lábios congelaram, seus dedos enrijeceram e seu
sangue pareceu coagular nas veias. Lágrimas doídas, como lâminas, vieram aos
seus olhos, e em sua garganta apertou-se um nó que o deixava sem ar. Naquele
instante ele desabou na grama e lágrimas saltaram de seus olhos escurecendo o
mármore onde estavam letras prateadas que diziam de forma simplória:
SOPHIE BARTLETT
*02/02/1989 +31/10/2008
*02/02/1989 +31/10/2008
O celular de Konstantine tocou e
de pronto ela o atendeu, preocupada com o que pudesse estar acontecendo nos
domínios do Thurston Moore. A voz do outro lado da linha não era a de Emilie, o
que a fez se assustar um pouco, mas logo entendeu que aquela ligação não era
menos esperada.
-
Sim, investigador Thompson. Estamos aqui, como combinamos. – respondeu a moça
ao homem de voz arrastada e brusca do outro lado da linha.
-
Estou a caminho. – respondeu o investigador numa única e prática frase, em
seguida desligando, sem mais delongas.
De
repente Françoise Hardy enchia o ar daquela tarde. Era o celular de Emilie que
tocava.
-
Oi, Konstantine.
-
Como ele está?
-
Em choque.
-
Vai passar, nós sabemos que vai.
-
Eu sei lidar, Konst. Nos preparamos meses para isso. E Thompson? Ligou?
-
Já está a caminho.
-
Acho que ele sim, saberá tranquilizar tudo. Muito mais do que nós mesmas...
-
Ou não. Emilie, eu vou desligar. Quando Thompson chegar, eu me dirijo até
vocês.
-
Não, não. Isso vai intimidar muito o Christopher. Eu o levo até aí.
-
Tudo bem, esperarei.
Emilie
desligou o celular e o jogou na bolsa. Neste momento ela ajoelhou-se ao lado de
Christopher e o abraçou com força. Já fazia bastante tempo que ela tinha
presenciado o jeito introspecto e silencioso que o rapaz tinha de chorar. Seus
olhos arderam e sua garganta também apertou. A dor dele era iminente.
-
Christopher...
-
Eu quero ficar sozinho. – pediu ele delicadamente.
-
Mas...
-
Por favor, Emilie. É apenas por alguns instantes.
A
moça se afastou, sentou-se a alguma distância considerável a fim de observar
tudo, mas concedendo total liberdade ao seu amigo. Naquele momento ela daria
tudo para saber o que se passava pela cabeça de Christopher.
O
rapaz olhava fixamente para a lápide a sua frente. Ele simplesmente não
conseguia acreditar, e aquele novo fato parecia não querer se fundir a sua
mente. E foi então que impulsivamente muitas memórias e sensações o envolveram.
Ocorreu a ele que de repente era somente o depois, tudo de novo normal. Algo
que simplesmente veio e quebrou diversas possibilidades, novos sonhos, outros
significados para sua vida. Lembrou-se da manhã posterior a noite que conheceu
Sophie. E então, naquele instante percebeu que enfim não havia nada para
inventar, não havia truque ou coisa igual, artifício ou ilusão para que fosse aquela
noite outra vez. Sentia que agora o tempo de sonhar tinha-se ido totalmente e
que enfim, era hora de dormir. Nunca mais teria aquela noite outra vez e só
conseguia repetir para que ela não fosse embora.
Foi
então que ele se lembrou do pequeno e singelo bilhete que depositara em seu
bolso na jaqueta logo cedo. Sentiu extremo alívio ao sentir o papel ainda ali,
abaixo das fibras do tecido. Fechou os olhos e repetiu, mais uma vez:
- Não vá
embora.
Uma figura
monocromática se aproximou com botas emborrachadas, sobretudo e roupas negras.
O investigador Thompson chegou à porta do Thurston Moore com passos leves e
cuidadosos. Konstantine o esperava impaciente e um pouco incomodada.
- Boa tarde,
investigador Thompson – aproximou-se ela estendendo-lhe a mão.
- Boa tarde,
minha jovem – respondeu ele educadamente apertando com força a mão da moça que
fez uma leve careta ao ter os dedos praticamente amarrados. – Eles estão aí?
- Sim. Já faz
algum tempo e garanto que não foi nada fácil para ele saber disso tudo, senhor
Thompson.
- Eu sei, eu
sei. Mas uma hora ele teria de saber. E comecei a ser pressionado com este
caso, eu precisava encontrá-lo logo e o único jeito foi encontrá-las primeiro.
- Entendemos.
Mas, realmente, é necessário conversar com Christopher agora?
- Necessário
sim, mas conveniente, não. Posso não parecer, mas tenho cá meus surtos de complacência.
O tempo é de vocês.
- Ótimo!
Konstantine
adentrou o Thurston Moore um pouco receosa, mas não demorou a encontra-los
entre algumas lápides e anjos de mármore que pareciam olhar tudo com atenção,
prontos para abraçar Christopher que estava sentado na grama e um pouco curvado,
olhando fixamente para um ponto adiante, logo abaixo. Ela apenas olhou para
Emilie e então ela já sabia o que fazer. Aproximou-se com passos leves de
Christopher e lhe disse, com calma:
- Há alguém
que está aqui para te conhecer, Christopher. Só posso adiantar que é
importante.
- Preciso,
mais do que tudo, de um ponto final para tudo isso. – sentenciou o rapaz com a
voz embargada.
Continua...
Ao som de “Alvorada”, Agridoce.
3 pessoas se inspiraram:
hahaahahhaa me senti uma espiã no final.
não esperava por essa.
adorável como sempre.
Que coisa linda! *-*
Fiquei impressionada, não esperava nem por um segundo que fosse tomar esse rumo hihihi
Agora começa meu sofrimento esperando o próximo post! hahaha
bjo
Acho que eu chorei mais do que o Christopher...
Que triste, só por que eu tinha gostado tanto da Sophie.. ;/
Perdoe-me por não tê-lo respondido antes, meu querido. Definitivamente, tenho que aprender a administrar melhor o meu tempo.
Que bom que se identificou tanto com meu post *-* É tão difícil isso acontecer - eu escrever e alguém dizer que se viu em meu texto.
Mas você tem razão, é algo mais comum do que eu podeira supor. Só que todos nós fingimos que está tudo bem, então não há como outra pessoa perceber o contrário e nos socorrer.
Enfim, meu querido, aguardo ansiosamente o final de sua estória cativante.
Beijos ♥
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