quarta-feira, 21 de julho de 2010

Twenty-nine - The person that you want tell everything to, but too afraid to


I need to know of the truth beneath the rose.

Mais óbvia impossível, a pessoa pra quem eu contaria tudo. Há uma possibilidade que eu quero saber. Mas onde escondo o medo e a insegurança frente ao desconhecido?  O que eu queria era realmente muitas respostas, mas o mistério é esse. Mesmo depois de saber de tudo, de você me ver longe de todas as minhas máscaras, de todos os disfarces... Como você me olharia? Como eu poderia segurar a vontade de fugir desesperadamente e sumir da face da Terra?
E quando eu contasse por quanta coisa eu fui responsável? E quando eu falasse de certas coisas que almejo, certos valores que você desconhece? Isso me amedronta demais. É verdade, firmamos quase todos os dias novos votos de fidelidade, mas eu já me sinto tão fragilizado por carregar tanta coisa na bagagem que tenho receio de que isto a afete também. Mas acho que você enfim entenderia.
Acho que você entenderia o porquê de tanto silêncio, de tantas expressões frias frente ao calor da vida. Mas no fim eu creio que somos tão ligados, tão completos um no outro que o fato de "contar tudo" nunca existirá propriamente dito. Afinal, foi sempre assim, não foi?  Apenas nos subentendemos e está tudo bem. Um olhar, um afago, uma palavra amiga. Essas já são antecipações de repostas. E que bom seria se tudo fosse fácil ou perfeitamente entendível.
Uma vez nós lemos uma certa carta que mexeu demais com o nosso psicológico. Lembra do que nós fizemos? Apenas nos abraçamos e choramos. Mas ficou tudo bem, pois sabíamos que por outras vezes ainda estaríamos bem e juntos. É por isso que para mim esse fato nem é tanto uma incógnita. Eu já tive vislumbres de como seria depois que o véu fosse retirado, depois que a cortina de bruma se dissipasse. E me conforto um pouco com isso.
Mas o meu medo mesmo é de te contar e isso parecer à você traição. Você me olharia com ar de "por que não me contou antes?" e se magoaria? Bom, eu sinceramente não faço a mínima idéia de como pode vir a ser o dia depois que você souber de tudo. Isto é, se você ainda estiver lá para saber. Mas vai estar, eu quero que esteja. Já dizia Manuela: "Coração dos outros é terra na qual ninguém anda".
Absinto?


Ao som de "Possibility", Likke Li.

3 pessoas se inspiraram:

Júlia disse...

tá agora seu celular tá descarregdo, desligado, sei lá, mas de noite te ligarei e É BOM que você atenda.
de qualquer jeito, pra quem é essa carta? Naína?

Bellum omnia omnes disse...

admiro nosso afeto.

vejo que não é formado por concepções arquitetadas, mas sobretudo pelo subentendimento.

e entenda: isso é bom. Não creio na amizade em que tudo há de ser dito. Valorizo a introspecção, e que cada um precisa de enigmas não-confessáveis.

te amo!

Bellum omnia omnes disse...

Meu último post é p/ você, beijos.