quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Sem você...

Há rostos de verdade que iluminaram minhas fábulas... Rostos
que eu nunca mais vi, mas continuaram a me vigiar a partir.
Naquela tarde quente do dia vinte e sete de janeiro de dois mil e dez, eu nunca pensei que receberia aquela notícia.
Não com você tão vital em minha mente, não com os rumores que chegavam da sua melhora, não com as coisas boas que vinham na minha mente todas as vezes que eu lembrava de você, do seu sorriso, da sua forma meiga de segurar minha mão e dizer baixinho que sentia orgulho de mim...
Eu poderia estar triste... Eu poderia estar absurdamente triste. Mas não consigo, pois tenho uma certeza muito boa e revigorante todas as vezes que fecho os meus olhos e me imagino te abraçando, festejando com você as tardes livres com sorvete e tapioca com leite condensado ou vendendo chiclete pela escola, o que é claro, nos rendia boas e gostosas risadas.
A forma como você me tratou, acima de todo e qualquer dogma que poderia nos manter longe. Você segurou minha mão e disse que me achava o máximo... Na verdade, eu que  me sentia o máximo por simplesmente estar ao seu lado, por estar com você por preciosos momentos.
Ah, Jordana... Meu eterno Borrão de Jóias... Como é difícil as vezes conviver com a sua ausência, conviver com a lacuna deixada pela sua partida. E as vezes eu sinto você me dando seus conselhos e quase me sinto completo... Ouço sua voz, mas não posso abraçá-la, não posso sentir o aroma de seus cabelos dourados. Posso fechar os olhos e imaginar, mas não, nunca será a mesma coisa.
Mas você sabe de seu legado, sabe que sou exatamente aquilo que você me fez ser... Como você mesma dizia: Seu Milagre Pessoal. E eu queria poder ter contribuído antes, ter mostrado o que verdadeiramente aprendi com sua presença. Talvez você tenha entendido pelos meus abraços, pelas minhas palavras cortadas, pelos olhares que queriam dizer bem mais do que um simples: Te Amo. 
Eles queriam dizer que você me salvou, queriam revelar o que você me mostrou, o que você enfim fez de mim. Mas hoje eu consigo me abster de toda a dor, hoje eu consigo observar tudo com uma serenidade extrema. E sabe JÔô... Só ao tomarmos consciência da finitude podemos olhar a Lua com assombro, viver a poesia e nos reconfortarmos verdadeiramente nos braços do Pai. Pode parecer contraditório, mas precisamos saber como somos pequeninos diante de tudo o que Deus criou para compreendermos como é grandioso estar vivo e não cair na verdadeira tragédia: passar a vida à toa, não buscar o amor de Deus, fechar-se para a felicidade.
Jordana mudou a minha vida para sempre... 

Me salvou de todas as formas que uma pessoa pode ser salva. E espero um dia  conseguir retribuir isso a altura. Eu prometo.

TE AMAREI PARA SEMPRE, MEU BORRÃO DE JÓIAS!

Ao som de "Angel", Sarah McLachlan.

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